O avanço do capitalismo e as políticas neo-liberais a ele associadas têm degradado de forma cada vez mais preocupante o ensino português: a incessante eliminação de escolas públicas e o corte no seu orçamento tornam difícil a sua subsistência. Os cortes nas bolsas e a crescente dificuldade no acesso à acção social ou, ainda os cada vez menos incentivos dados à investigação científica e às áreas culturais são apenas meras consequências da vergonhosa política levada a cabo pelo actual executivo.
Actualmente, a maioria das associações estudantis está aprisionada à política da direita, sendo ainda pequeno o número daquelas que ganham voz contra a troika e as suas políticas austeritárias. O ensino secundário não é excepção à regra e os poucos contactos que mantivemos com os activistas estudantis foram impossíves de se manterem.
Toda esta realidade merece uma análise crítica que não devemos nem podemos deixar de fazer. A criação do sector estudantil no Bloco em 2010 permite aos estudantes fazerem isso mesmo: o debate de ideias, opiniões ou experiências em torno da intervenção estudantil que querem ter ou fazer parte.
É através do debate ideológico, tendo por base os casos concretos da vida de cada estudante e junto de cada estudante, que esta luta tem que ser travada: nas faculdades e nas escolas. Há que trabalhar o movimento estudantil de forma institucional, aumentando o peso do Bloco nas Asociações de Estudantes, nunca esquecendo o apoio à politização da massa estudantil.
Assim, urge a necessidade do reconhecimento geral do Bloco como base partidária anti-sistema que ao lado dos estudantes e com eles reinvidicará a luta por estes direitos base, entretanto perdidos mas não esquecidos.