O estuário do Tejo constitui uma referência a nível europeu, pelas espécies que aqui fazem o seu habitat, constituindo um património natural e cultural de importância estratégica, para as populações ribeirinhas, dos nossos concelhos.
O nosso Tejo tem sofrido ao longo de anos, as agressões de impacto ambiental provocadas pelas indústrias instaladas nas margens do rio, que sem qualquer tratamento, fizeram do rio um esgoto a céu aberto.
Hoje, com o desativar de algumas unidades industriais e com a entrada em funcionamento de diversas ETARS, os níveis de poluição das águas melhoraram nalgumas zonas, havendo a registar o repovoamento de algumas espécies aquáticas, para além de muitas aves migratórias terem aumentado a sua população, e permanecido nestes ambientes naturais, proporcionados pelo estuário.
Como autarcas do BE, queremos reafirmar a nossa determinação na defesa do Tejo, constituindo uma componente estratégica do desenvolvimento local, apresentando-se como um potencial para o desenvolvimento dos concelhos ribeirinhos.
Neste sentido, defendemos uma conjugação de esforços, numa perspectiva intermunicipal, para a defesa e preservação do nosso Tejo, pondo fim ao escoamento dos esgotos para o rio, acabando com todas as agressões de impacto ambiental, que degradam e destroem os ecossistemas ali existentes e a qualidade de vida das populações ribeirinhas.
Queremos também realçar, a importância da preservação e conservação das margens do rio, nomeadamente nas zonas de sapal, onde predomina uma flora e uma fauna, muito características das zonas húmidas, criando-se um ambiente propício para o acolhimento e nidificação de inúmeras aves.
Neste sentido os autarcas do Bloco de Esquerda, defendem o impedimento do uso indevido das margens do Tejo, como as lixeiras clandestinas, como caça ilegal e actividades industriais que não cumprem com regras ambientais em vigor.
Consideramos que o Tejo apresenta características e potencialidades, que constituem uma componente imprescindível para um Projeto de Desenvolvimento Regional.
O desassoreamento do rio e a instalação de infraestruturas, que possibilitem melhores acessibilidades das embarcações tradicionais, constitui um dos factores essenciais para a aproximação das populações ao rio.
Em termos educativos, defendemos uma relação mais estreita das escolas com nosso Tejo, usufruindo do património natural e histórico, para proporcionar conteúdos curriculares e espaços de aprendizagem, para os professores e alunos.
Os autarcas BE da margem Norte e da margem Sul do Tejo, reafirmam o apoio à valorização e divulgação da cultura ribeirinha, reforçando o entrosamento com a atividade das Associações Náuticas existentes, e incentivando a continuidade das embarcações tradicionais do Tejo, e das atividades inerentes às práticas náuticas. Como a vela e a canoagem.
Na vertente económica, o estuário do Tejo, apresenta-se como um pólo de desenvolvimento para os nossos concelhos ribeirinhos, abrangendo as actividades relacionadas com a aquacultura, com a reparação e construção das embarcações tradicionais e em atividades turísticas, podendo constituir áreas de investimento e de criação de postos de trabalho na nossa região.
Os autarcas do BE, das autarquias da margem Norte e da margem Sul, subscrevem este MANIFESTO, como um compromisso de defenderem e preservarem o nosso Tejo, face a todas as agressões de impacto ambiental, e os valores da cultura ribeirinha, que constituem um fator de identidade das populações que aqui vivem.
Joaquim Raminhos, vereador do Bloco na Câmara Municipal da Moita