
"O Governo tem ido por maus caminhos e tem criado até patologias e
doenças no SNS", afirmou Louçã, exemplificando com o encerramento de
serviços e a aplicação de taxas moderadoras. "É preciso acabar com esta
visão de que a saúde é um negócio, que a saúde tem que fazer lucro",
defendeu o dirigente bloquista.
O Bloco continua a desenvolver iniciativas em defesa do SNS, com a
recolha de assinaturas para a petição a entregar no parlamento em
Março. "É indispensável ter uma nova visão do serviço de saúde", disse
Louçã, acrescentando que "todo o sistema tem de deixar de ser um
sistema hostil e violento para as pessoas e passar a ser um sistema
amigável das pessoas".
"Por isso - apontou -, é que é preciso acabar com a violência que são
as taxas moderadoras na urgência, no internamento ou, em geral, no
serviço de saúde".
Francisco Louçã também defendeu a urgente requalificação e ampliação do
centenário Hospital Sousa Martins, onde foi recebido pela administração
e visitou o bloco de partos e as unidades de Oncologia e de Cuidados
Intensivos (encerrada para obras de ampliação, devendo reabrir em
Março).
"É no interior que está a maior penalização das populações", observou,
considerando que "há uma perseguição ao interior com uma visão
economicista e mesquinha que leva o serviço de saúde a desequilibrar-se
e a desorganizar-se".
Louçã concluiu com um aviso sobre o desperdício de milhões que se
evaporam na gestão hospitalar: "ao pensar [na construção de novos
hospitais] utilizemos muito bem o dinheiro e não percamos tempo a
entregar, até dois mil e quarenta e tal, à gestão da iniciativa
privada, que gere pior que o público", afirmou, numa alusão aos dez
hospitais que o actual governo tenciona construir no âmbito de
parcerias público-privadas.