Nestas alturas pensamos sempre nas consequências de fazer este tipo de luta.
Perguntamo-nos sempre o que é que adianta? O que é que se ganha com isto?
Temos sempre uma razão para nada fazermos. Seja o orçamento familiar, seja porque sabemos que as pressões e chantagens podem cair sobre cada um de nós, mas:
*Quando olhamos para os motivos que temos para fazer esta luta, para tudo aquilo que nos roubam - o horário de trabalho, o seguro de saúde, o ordenado, os subsídios, a formação, e as nossas reformas no futuro.
*Quando vemos mais uma alteração ao Código do Trabalho que permite despedir de maneira absurda e prepotente que só promove o individualismo e afasta a solidariedade entre os que vivem do trabalho.
*Quando vemos as privatizações acontecerem e as pessoas continuarem a ser despedidas e a perder direitos.
Não podemos continuar parados, a ver, aceitando tudo como impossível de mudar. Razões não nos faltam!
São 5 milhões de razões, o lucro de 2013, o segundo melhor resultado de sempre desta empresa, ganhos com o nosso trabalho e os cortes nos nossos ordenados.
São a forma ambientalmente eficiente como os resíduos são tratados na Valorsul, acrescido da cobrança de uma das mais baixas tarifas existentes no mercado.
São mais de 700 mil euros de investimento para as populações em campanhas de sensibilização e parques ambientais.
São a recusa de entregar o “ouro ao bandido” como o governo quer fazer com a venda da EGF por cerca de 200 milhões. Um montante irrisório face aos 1000 milhões de euros já investidos no setor e que irá direitinho para os bolsos dos chamados credores, porque os resultados das privatizações vão obrigatoriamente para o pagamento da dívida. A privatização não traz qualquer valor acrescentado.
Que ninguém se iluda, a escolha aqui não é entre fazer ou não greve, a escolha é mesmo entre ficarmos parados enquanto nos roubam a vida ou lutarmos por ela.