Ferreira dos Santos, do Bloco de Matosinhos, salientou na conferência de imprensa que a marcha pretende apresentar alternativas e "dar visibilidade" a algumas propostas apresentadas pelos deputados do Bloco na Assembleia da República".
O Bloco de Matosinhos aponta ainda que, agravando os elevados números do desemprego:
"Portugal é o país da União Europeia com maior fosso entre ricos e pobres - dois milhões de portugueses vivem, actualmente, abaixo do limiar de pobreza (com menos de dois euros por dia). E se, para além do desemprego, pensarmos, por exemplo, que em cada 10 postos de trabalho criados, sete são ocupados em situação de precariedade da relação laboral, podemos facilmente concluir que os ventos da política não têm soprado de forma favorável aos trabalhadores".
Fernando Queirós, do Bloco de Matosinhos, criticou a actuação dos sucessivos governos salientando que, perante uma situação de verdadeira crise: "A resposta que temos é a restrição do investimento, a diminuição sistemática do peso do trabalho no rendimento nacional e os lucros na banca privada, que aumentaram 40 por cento". Por isso o Bloco de Esquerda vai realizar a marcha "para mostrar que existem outras saídas".
O Bloco de Matosinhos divulgou ainda os números do desemprego no concelho. Até ao final de Junho estavam inscritas no centro de emprego de Matosinhos cerca de 9 000 pessoas, das quais 4 500 mulheres. A taxa de desemprego de longa duração ronda os 49,8%. 31% das pessoas sem emprego são jovens com menos de 34 anos, enquanto que a faixa etária entre os 35 e 54 anos é a que verifica o maior número de desempregados (46 por cento). Além disso, 54 por cento das pessoas inscritas não têm a escolaridade mínima obrigatória actualmente em vigor. Perante estes resultados, o Bloco de Matosinhos conclui que a nível local também devem ser tomadas medidas para alterar esta situação.