Francisco Louçã começou por referir que Alberto Martins, líder parlamentar do PS e seu cabeça de lista pelo Porto, tinha declarado que a ANA, a empresa que gere os aeroportos, não será privatizada. "Quando o ouvi dizer isto pensei, será que a intervenção do Bloco de Esquerda está a ter tanto eco na sociedade que até na maioria absoluta já há gente a quem chega um átomo de sensatez? Parecia ser uma boa notícia, só que é mentira", disse Louçã.
O coordenador do Bloco de Esquerda referiu então que o governo já tinha aprovado um decreto-lei, já tinha deliberado que os aeroportos vão mesmo ser privatizados e o governo desmentiu-o: "o único laivo de esquerda, o único sopro de esquerda na campanha do PS desmoronou-se em poucas horas", sublinhou.
Francisco Louçã salientou então que no programa do PS não se fala de privatizações, como acontecia no programa daquele partido de há quatro anos. "Leiam o programa do PS, há lá alguma palavra, uma vírgula, não digo um capítulo, não digo uma página, mas uma vírgula sobre privatização? Zero. A palavra privatização não existe", assinalou.
E concluiu, denunciando que o PS "quer entregar as águas, o remanescente na energia, os aeroportos", e desafiando de novo Sócrates a clarificar como vai prosseguir a política de privatizações.
No jantar-comício intervieram também o actor António Capelo e candidatos e candidatas pelo círculo do Porto às eleições legislativas: Conceição Nogueira, João Semedo, Bruno Maia, Moisés Ferreira e Cristina Andrade.
Na tarde desta Sexta feira o Bloco realizou também uma arruada, muito participada, pelas ruas da baixa da cidade do Porto.