Francisco Louçã voltou a intervir sobre a posição do Bloco contra os benefícios fiscais aos PPR's, respondendo a Sócrates, "o arauto" dos benefícios fiscais aos PPR's.
"Eu não quero deixar nenhuma dúvida, e se alguém quer tirar as teimas é muito simples, porque eu sei que aqui estão pessoas que têm PPR's e um milhão de portugueses têm PPR's", disse Louçã, que pegando num exemplar do Jornal de Negócios desta Segunda feira destacou o título: "Investidores em PPR's perderam dinheiro nos últimos seis anos".
Deu a seguir como exemplo o caso do "Santander Poupança Premium", em que as pessoas perdiam 25% por ano e que a seguir o banco substituiu pelo "Santander Poupança Segura", em que as pessoas passaram a perder 5% por ano, mas perderam sempre.
"Quando as acções baixam, as pessoas perdem nos seus PPR's porque as acções baixaram. Quando as acções sobem os bancos cobram comissões e a comissão é tão elevada que o resultado para as pessoas é negativo", destacou Louçã, acrescentando que "qualquer depósito a prazo razoável rendia muito mais que um PPR".
Louçã referiu em seguida que "com os benefícios fiscais aos PPR's todas as pessoas estão a pagar alguma coisa para as pessoas que têm PPR's serem enganadas pelos bancos" e concluiu considerando que Sócrates não gosta de contas certas, "porque ele não gosta de ser confrontado com a realidade, ele acha que a publicidade dos bancos é suficiente para fazer uma economia florescente, é claro, os bancos ganham 6 milhões de euros por dia".
Por fim, Louçã denunciou a maior evasão fiscal, que une Sócrates e Manuela Ferreira Leite: "o off-shore da Madeira", onde o Estado perde 1.796 milhões de euros por ano.
Antes da intervenção de Francisco Louçã, actuou o grupo musical Kaja Bucalho e intervieram Carlos Matias, vereador e cabeça de lista do Bloco à Câmara do Entroncamento, Helena Pinto, que defendeu a ferrovia, um "plano nacional ferroviário" e "preços baratos na ferrovia" e José Gusmão, que falou dos graves problemas do distrito de Santarém, nomeadamente na saúde em que o distrito tem menos de metade da média nacional de médicos por habitante, e defendeu o investimento público no Serviço Nacional de Saúde.