Em Coimbra, PS e PSD aprovaram em conjunto um protocolo que estabelece uma parceria, por 50 anos, entre a empresa Águas de Portugal (AdP) e 14 municípios do distrito para o abastecimento público de água e para o saneamento. A AdP é actualmente uma empresa pública, PS e PSD querem privatizá-la e o protocolo prevê a possibilidade de a AdP conceder a gestão a uma terceira parte. O Bloco de Esquerda opõe-se à privatização da água e dos bens públicos, defendendo que um bem público deve continuar a ser de todos.
O Bloco de Coimbra salienta cinco questões sobre o protocolo:
Primeiro, ao fundir os sistemas municipais de 14 municípios, que são entregues em regime de exclusividade à AdP, criando assim monopólios regionais em torno de um bem público essencial.
Segundo, os municípios alienam as suas competências na gestão dos sistemas de prestação de serviços de água, incluindo captação, tratamento e distribuição, por um prazo de 50 anos. A alienação é supostamente feita para o Estado, porque a AdP é actualmente pública, mas PS e PSD querem privatizá-la.
Terceiro, a privatização da AdP, passando a ter o lucro como objectivo, significará problemas com a manutenção das infra-estruturas, com perda de qualidade da água, e problemas laborais para os trabalhadores.
Quarto, as receitas do negócio serão as tarifas que subirão, com os consumidores a enfrentar aumentos fortíssimos do preço da água.
Quinto, pelo protocolo a AdP fica com 51% e os municípios com 49%, perdendo poder negocial na parceria.
Por último, o Bloco de Esquerda declara que há alternativa a este tipo de protocolo de parceria e exemplifica com o sistema intermunicipal da Península de Setúbal e as Águas do Ribatejo, sistemas totalmente públicos sem parcerias com privados nem com a AdP.