Para Paulo Torres Bento, em momentos de crise, como o que vivemos, é que é necessário que apareçam vozes livres, e independentes dos interesses económicos. O Alto Minho está a sofrer, com o aumento do desemprego, as consequências da crise, e não só em Portugal: "todos os dias vemos regressar jovens que estavam a trabalhar na Galiza e ficaram desempregados."
Paulo Torres Bento citou também o exemplo das trabalhadoras da Regency, a maior empregadora local do sector privado, que está em lay-off desde Junho até Dezembro e, "sabendo o que aconteceu na Bélgica e EUA, da deslocalização para a Roménia e do confessado desinvestimento em Portugal, estaremos atentos ao dia 1 de Janeiro de 2010" - com este alerta o candidato à Assembleia Municipal de Caminha salientou as suspeitas sobre as intenções do grupo multinacional indiano a que pertence esta fábrica.
O candidato citou também diversos exemplos de mau uso dos fundos públicos por parte da Câmara de Caminha, num concelho onde ainda há uma enorme falta de saneamento básico, onde as diversas estações arqueológicas estão ao abandono e os computadores das escolas primárias ainda são de primeira geração, para pouco servindo actualmente.
O médico Sebastião Torres, candidato à Câmara, falou da situação da saúde no concelho, o único do distrito onde foi encerrado o SAP (Serviço de Atendimento Permanente) depois da assinatura de um protocolo entre o governo e a câmara local, do PSD: "aqui, o bloco central funciona", ironizou o candidato. O Bloco considera esta decisão de uma enorme irresponsabilidade.
Sebastião Torres defendeu uma mudança democrática, popular e socialista, que só pode vir com o Bloco de Esquerda.
No comício falou também Luís Louro, cabeça-de-lista para a Assembleia da República no distrito de Viana do Castelo, que disse que "é tempo de mostrar que a esquerda de verdade tem uma palavra a dizer no distrito."