quarta-feira, 22 julho 2009 11:43
Braga: candidatos do Bloco defendem o interesse público contra a corrupção

A apresentação da candidatura do Bloco teve lugar na praça António Losa, precisamente um espaço desaproveitado e que os bloquistas querem ver recuperado e revitalizado para usufruto da população, indicando várias possibilidades: anfiteatro com concertos de verão, jardim de Inverno coberto, um espaço infantil ou para idosos, entre outras.
Combater a ganância
Manuel Sarmento, professor na Universidade do Minho, independente, além de mandatário da candidatura do Bloco é o coordenador do programa local do Bloco.
Citando o poeta Francisco Sá de Miranda, Sarmento sublinhou que o Bloco quer "combater a soberba da força dos interesses privados" e à pergunta do poeta "Que fazer quando tudo arde?" Sarmento responde: "fazer cidade, erradicar a corrupção e a subordinação do interesse público à especulação imobiliária".
Manuel Sarmento lembrou ainda que a "ganância é o factor hegemónico da política municipal em Braga", uma política "sem nenhuma réstia de socialismo" "É preciso acabar com ela" apelou o mandatário do Bloco, frisando que a primeira prioridade desta lista são as políticas sociais de combate à pobreza e à exclusão. "Esta é a lista dos que sabem que não é no plano dos ganhos individuais que se promove a causa pública" concluiu Sarmento.
Deixar Braga respirar
António Lima, cabeça de lista à Assembleia Municipal, sublinhou que o Bloco surpreendeu os poderes instalados com a sua intervenção activa na Assembleia Municipal, órgão que "estava habituado ao marasmo e à obediência acrítica ao Presidente da Câmara". Lima destacou a proposta do Bloco de Orçamento Participativo em que os cidadãos possam definir prioridades através da aplicação de uma verba cada vez maior. Contra "o peso abafador do betão e do alcatrão", António Lima afirmou ainda que o Bloco quer "derrubar o muro que há 33 anos não deixa Braga respirar".
Contra a corrupção e os interesses instalados
João Delgado, candidato do Bloco à Câmara, apontou algumas das medidas do programa local do Bloco: a reabilitação do centro histórico da cidade, a criação de uma rede municipal de creches, a expansão e coordenação do apoio domiciliário aos idosos, a reabilitação do parque habitacional ("assistimos à derrocada de um prédio por mês"), a prioridade ao transporte público, a intervenção integrada nos bairros sociais e a defesa intransigente dos serviços públicos ("A todos o que é de todos").
Delgado sublinhou que, com Mesquita Machado no poder, a Câmara Municipal de Braga "mais parece a Câmara de alguns Empreiteiros de Braga". E deixou claro que a candidatura da coligação de direita não constitui alternativa a Mesquita Machado: "na sua comissão de honra está o senhor que promoveu um jantar de desagravo a Domingos Névoa" e são os mesmos que "disseram sim ao novo Estádio, um projecto a que só o Bloco se opôs e que veio trazer nove milhões de euros de dívida por ano à autarquia".
João Delgado sublinhou ainda a força do Bloco de Esquerda em Braga. "A direita bombista queria uma estátua do Cónego de Melo, mas ela não passou. Não contem connosco para fechar os olhos" avisou o candidato do Bloco, lembrando também que bastou colar dois cartazes "Domingos Névoa fora da Bragal" para que este empresário, condenado por corrupção, tivesse desistido de integrar a direcção daquela empresa inter-municipal.
Finalmente, o candidato do Bloco lembrou Gonçalves da Silva, o camarada bracarense que faleceu há poucas semanas. "Seria o número dois da nossa lista para a Assembleia Municipal, mas não tivemos tempo de lhe dizer. Lembrar-nos-emos sempre da forma como olhava para nós, e sabemos que não nos vai deixar fazer nenhuma malfeitoria", concluiu Delgado.
A sessão de apresentação abriu com uma intervenção de Francisco Louçã, que felicitou João Delgado e todos os candidatos do Bloco em Braga. "Vamos ter um vereador de esquerda contra o negocismo de Mesquita Machado e que vai fazer frente a este pântano político e económico", afirmou Louçã.