Candidatura à Câmara de Vila Real
Carlos Gomes e Filipe Rolão são os cabeças de lista do Bloco à Câmara e Assembleia Municipal, respectivamente. A primeira intervenção no comício de Vila Real pertenceu a Cristina Mendes - professora e número dois na lista para a Câmara - que criticou o facto de a cidade estar "refém dos construtores civis".
Cristina Mendes denunciou também a construção de um troço de auto-estrada em plena Rede Natura. E elegeu como prioridade do Bloco na cidade a qualificação dos serviços públicos e a revitalização urbana.
"É preciso gente nova em vez dos políticos profissionais de barriga cheia", concluiu a candidata do Bloco.
Alda Macedo é cabeça de lista pelo distrito
Alda Macedo, cabeça de lista do Bloco às eleições legislativas pelo círculo de Vila Real, destacou o combate à pobreza como grande prioridade do Bloco e acusou o governo de "favorecer negócios privados que enriquecem uns poucos em lugar de garantir dignidade para todos". E exemplificou o drama da pobreza com uma povoação do distrito - Campanhó (Molim de Basto) - em que uma recente reportagem televisiva revelou que o rendimento médio naquela pequena aldeia serrana é de 200 euros por mês.
A deputada do Bloco denunciou também o "monopólio das grandes cadeias de distribuição" que "empobrece os pequenos produtores agrícolas". "A lógica do mercado espezinha os mais pobres" reforçou Alda Macedo, que teve ainda tempo para frisar um compromisso fundamental do Bloco de Esquerda: "combater as políticas liberais de privatização da água".
Louçã denuncia "negócio das arábias"
O encerramento do comício - que juntou duas centenas de pessoas no centro de Vila Real - coube a Francisco Louçã, que começou por se referir ao problema do desemprego. "O anterior governo de direita começou com 200 mil desempregados e terminou nos 412 mil. Sócrates ainda conseguiu subir este número para mais de 500 mil desempregados. E os últimos dados do Banco de Portugal mostram que até 2010 podemos chegar aos 700 mil desempregados", sublinhou Louçã, acrescentando que é urgente uma política pelo emprego para garantir justiça na economia.
O negócio dos contentores de Alcântara- entregue à Liscont sem concurso público por mais 27 anos - voltou a merecer duras críticas. "O governo entregou de mão beijada um negócio ao seu amigo Jorge Coelho, um verdadeiro negócio das Aŕabias, ruinoso para o Estado. O Bloco de Esquerda insistiu oito meses para que o governo desse ao parlamento todas as informações sobre o contrato. Finalmente veio o contrato, mas, pasme-se, com uma folha em branco, precisamente aquela que contém os cálculos de quanto vai pagar o governo se a empresa não tiver a rentabilidade que prevê ter", acusou Louçã, lembrando que "quem paga é o Zé Povinho" e que "a Câmara Municipal de Lisboa também tem responsabilidades nesta matéria".
Depois de avançar com algumas propostas do Bloco - como o imposto sobre as grandes fortunas e a convergência das pensões mais baixas com o salário mínimo nacional - Louçã criticou ainda as recentes declarações do presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que veio dizer que "qualquer que seja o sistema - mesmo com um polícia em cada esquina - se as fraudes financeiras forem bem organizadas, é impossível detectá-las". Louçã ripostou: "Assim como não aceitamos os negócios ruinosos para o Estado, também não aceitamos a impunidade dos que cometem crimes financeiros". "É preciso juntar forças contra a desigualdade e o privilégio da fortuna!", concluiu o coordenador da comissão política do Bloco.
Arruada em Gaia
Durante a tarde Francisco Louçã participou numa arruada junto às praias de Vila Nova de Gaia, com a companhia de João Semedo, candidato à Câmara da autarquia, e Eduardo Pereira, cabeça de lista à Assembleia Municipal. Aos jornalistas, e sobre a polémica da discriminação dos homossexuais na doação de sangue, Louçã considerou "extraordinário que a Ministra da Saúde venha proteger a incompetência e o preconceito do Presidente do Instituto do Sangue".
domingo, 19 julho 2009 03:13
“Juntar forças contra a impunidade dos poderosos”
