Foi então expressa por ambas as partes a vontade de iniciar um processo para a apresentação de uma moção de orientação conjunta à X Convenção Nacional do Bloco de Esquerda. Esse percurso assentará em consensos políticos fortes acerca de grandes decisões a tomar até à X Convenção, prevista para finais de 2016: programa e listas eleitorais; eleições presidenciais; linha de orientação política.
Foram identificados três pontos de partida para este trabalho de elaboração e articulação:
1. Até às eleições legislativas e depois delas, no parlamento, os eleitos do Bloco de Esquerda respeitarão o mandato da IX Convenção. Assim, o Bloco não abdicará da sua autonomia política, nem se submeterá a acordos de incidência parlamentar, globais ou setoriais, com os partidos subscritores do memorando com a troika e comprometidos com o tratado orçamental. Pelo contrário, contribuirá para viabilizar todas as medidas que respondam aos interesses populares e opor-se-á a todas as medidas que prolonguem a austeridade e a redução de direitos.
2. Este processo reconhece a proporção da representação obtida em Convenção como base na atribuição de responsabilidades partidárias, sejam elas internas (na composição dos órgãos de direção, por exemplo) ou de representação pública (listas eleitorais, por exemplo) e aplicará esse princípio na preparação de uma moção comum à próxima Convenção. Este trabalho de convergência será dado a conhecer a todo o partido e procurará incluir o maior número de aderentes e sensibilidades internas.
3. É criado um grupo de trabalho para, cultivando relações de responsabilidade e confiança, desenvolver esta colaboração política e elaborar uma proposta de primeiros candidatos do Bloco aos diversos círculos eleitorais. Essa proposta será debatida nos órgãos de direção do partido, contribuindo para que o posterior debate e votação a nível distrital e regional resulte no mais forte consenso possível.