Carta aos aderentes, simpatizantes e amigos do Bloco
Porque propusemos a antecipação da Convenção para Outubro?
A única iniciativa concreta que a Resolução proposta pela Comissão Política apresenta é a convocação da Convenção para 22 e 23 de Novembro de 2014, o que na realidade não é propriamente uma proposta, mas, objectivamente, a aplicação dos Estatutos, segundo os quais a IX Convenção ordinária se deveria realizar dois anos depois da anterior, isto é, justamente em Novembro deste ano. Portanto desse ponto de vista, nada de novo.
Face a essa situação vários camaradas, onde nos incluímos, propuseram a realização antecipada da Convenção, na base de que era preciso dar um sinal forte para dentro e para fora do Bloco que perante este ciclo de declínio eleitoral acentuado, que se arrasta desde 2011, o Bloco se dispõe sem demoras a analisar a sua razão de ser e a tomar medidas para o inverter.
Os camaradas recusaram não só as datas de 4 e 5 de Outubro, que propusemos, como também que pudesse ser na 2ª quinzena desse mês, como outros camaradas propuseram.
Objectivamente, em nome da razoabilidade dos prazos, a nota que a maioria da Mesa Nacional deu foi a de que no Bloco não se passa nada de extraordinário e portanto vamos paulatinamente realizar a nossa Convenção ordinariamente, ou seja, nos prazos estatutariamente definidos.
O principal argumento aduzido para manter a Convenção em Novembro era o de que precisávamos de tempo para proceder a um grande e profundo debate interno e de que não nos podemos precipitar.
Não podemos estar mais de acordo em relação a estas preocupações, a questão é ver se, no concreto, era ou não possível antecipar a Convenção sem condicionar ou prejudicar o debate. E, do nosso ponto de vista, como de outros camaradas, era mais que possível, era indispensável fazê-lo!
Aliás, em condições normais, a última Convenção foi preparada em 4 meses – convocada a 7 de Julho e realizada a 10 e 11 de Novembro de 2012, com ligeiramente menos tempo, portanto, do que, agora, em condições extraordinárias, propusemos – convocada a 1 de Junho para se realizar a 4 e 5 de Outubro de 2014.
A questão que os camaradas colocam é que os meses de Verão, e nisso estão a incluir Julho e Agosto, são meses de férias e aí o debate é impossível.
Este argumento é meramente instrumental. Primeiro, porque admitir situações de camaradas que passem um ou dois meses de férias, fora dos seus locais de habitação ou numa situação de relaxamento total neste quadro político e social, vivendo nós a situação que vivemos no Bloco, com legislativas em 2015 é, convenhamos, estranho.
Ainda que com características diferentes é aliás da nossa prática partidária realizar, justamente nos primeiros dias de Setembro, o Socialismo XXI, que tem mobilizado militância e oferecido programas dinâmicos, intensos e fecundos. Como, de resto, sempre mobilizámos militância para os comícios de verão, quando ainda tínhamos iniciativa para os realizar.
Foi este o esboço de calendário é que verbalmente e título exemplificativo apresentámos:
• Convocação da Convenção na reunião da Mesa Nacional de 1 de Junho
• Reunião da Mesa Nacional a 21 de Junho ou 5 de Julho para aprovar o Regulamento
• Regularização da situação de aderente para efeitos de eleição de delegados até 7 de Julho
• Entrega das moções até 22 de Agosto com saída do 1º número do Boletim de debates a 23 ou 24 de Agosto.
• Saída do 2º Boletim até 8 de Setembro
• Reunião da mesa Nacional para aprovação dos Estatutos a 30 de Agosto ou 6 de Setembro
• Debates internos nas estruturas do Bloco e entre subscritores de Moções em presença com eleição dos delegados até 27-28 de Setembro, cujas listas podem ser apresentadas até 8 de Setembro.
• Realização da Convenção a 4 e 5 de Outubro de 2014.
A maioria da Mesa Nacional não quis antecipar a Convenção, preferiu dar a imagem objectiva de que não há necessidade de intensificar a vida interna do Bloco para procurar caminhos que invertam a situação em que nos encontramos e escudaram-se em argumentos meramente instrumentais, pouco próprios aliás de uma organização que se pauta por um funcionamento e por um activismo revolucionários.
Continuamos a perder tempo, a dar sinais de que nada de grave se passa dentro do Bloco e isso é mais um tiro no pé, mais do mesmo. E nesse rotineirismo paralisante não alinhamos. Por isso propusemos a antecipação da Convenção.
4 de Junho de 2014