Esclarecimento sobre uma possível coligação eleitoral PS/BE em Caminha
Foi noticiada em diversos órgãos de comunicação social uma reunião entre dirigentes nacionais do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista na passada quinta-feira, 21 de Março, para analisar propostas apresentadas pelo PS de possíveis coligações pré-eleitorais em alguns concelhos para as próximas autárquicas.
Das declarações finais de ambos os partidos, resultou a imagem pública de que todas as situações discutidas nessa reunião tinham o mesmo cariz. Em linhas gerais, corresponderiam a aritméticas orientadas apenas para a eleição de candidaturas socialistas, sem uma negociação política local que lhes desse um sentido sério de convergência sustentada em princípios fundamentais subscritos pelas partes e uma organização de candidaturas com partilha de responsabilidades políticas assegurada.
Será assim em algumas situações. Porém, o caso de Caminha é completamente diferente. O processo resultou do sentir e da vontade diversas vezes expressa por muitas pessoas ligadas ao Bloco de Esquerda, ao Partido Comunista e ao Partido Socialista ao longo dos últimos anos, como a forma mais adequada de constituir uma alternativa forte à governação PSD no concelho. Houve muitas reuniões nos últimos meses. Primeiro com representantes locais dos três partidos e, após a segunda reunião, o PCP deu por finda a sua participação, não por discordar localmente do que se estava a construir mas por a orientação nacional do partido excluir qualquer solução deste tipo. Muitas reuniões se seguiram. O resultado foi um documento subscrito pelas organizações concelhias do PS e do BE para ser aprovado pelas direcções nacionais dos dois partidos. Um bom acordo e, principalmente, a base de um bom projeto para tirar a direita do poder autárquico no concelho e trazer uma nova esperança aos caminhenses.
O PS distrital e nacional aceitou esse acordo. O Bloco de Esquerda distrital também. O Bloco nacional entendeu que por se tratar de uma coligação apenas entre os dois partidos contraria a orientação que decorre da Moção aprovada na última Convenção Nacional.
O Núcleo do Concelho de Caminha do BE não considera que se possa inferir do texto da Convenção esta impossibilidade. Por isso aguardaremos pela próxima Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (órgão máximo deliberativo entre convenções) para clarificar a situação e tirar todas as consequências políticas do que for decidido.
Caminha, 24 de Março de 2013
Núcleo do Concelho de Caminha do Bloco de Esquerda