O representante da Plataforma de Cidadãos "Refinaria No" denunciou o favorecimento dos interesses familiares do projecto, uma vez que o sobrinho do presidente da Extremadura é o presidente do PS de Badajoz, e lembrou uma avaliação negativa do Governo português face aos efeitos preocupantes do projecto da refinaria Balboa, nomeadamente quanto à descarga dos influentes industriais, cujo níveis de toxicidade podem atingir valores impressionantes. "O Guadiana separa as nações, mas os povos unem-se em defesa do rio. O ar e a água não respeitam fronteiras", declarou.
No mesmo sentido, o representante da Plataforma "Oleoduto No", de Huelva, deixou uma mensagem de coragem aos participantes: "Portugueses e espanhóis juntos conseguirão impedir este processo!"
Numa emocionada intervenção, o candidato do BE à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, António Tomás, salientou que foi "a fúria do capitalismo que destruiu o rio", pelo que "salvar o rio Guadiana é a palavra de ordem" e Augusto Fonseca, candidato bloquista à Assembleia Municipal daquele concelho, acrescentou que a escolha que se impõe é "entre a catástrofe ambiental e o eco-socialismo".
Cecília Honório, cabeça de lista do BE para as eleições legislativas, reforçou que "a linguagem da solidariedade não tem fronteiras" e que os activistas sabem bem que "o poder sobre os recursos é uma forma de exercer o poder sobre as pessoas". Com o projecto da refinaria, a luta pelo Guadiana e por um modelo de desenvolvimento sustentável é urgente. "Já chega de negócios entre padrinhos e afilhados" afiançou, adiantando, numa referência à proposta do BE para a concretização de uma regionalização feita com as populações, que "é ao Algarve que cabe decidir o seu futuro"
No final, os participantes aprovaram uma moção de repúdio e rejeição do projecto da refinaria em Balboa, que prevê a circulação diária de 110 mil barris de crude, com consequências irreversíveis para as populações.