A história conta-se de forma simples.
O troço do traçado da A32 em causa, foi alterado para não passar
em terrenos onde Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal,
pretende edificar um loteamento. A alternativa inicial, prevista no
PDM há doze anos, sairia muito mais barata, com menores
consequências ambientais e na qualidade da vida da população.
A
Mota-Engil de Jorge Coelho venceu o concurso para o novo troço com
uma proposta de orçamento de 524 milhões de euros, metade do valor
da oferta da Edifer. Mas, de seguida, com a garantia que o negócio
já não lhe fugia, a Mota-Engil aumentou o orçamento para o
dobro.
A população da Branca mobilizou-se desde muito cedo
contra este atentado económico e ambiental. Em Julho, uma petição
com mais de 4 mil assinaturas foi discutida no parlamento, juntamente
com um projecto de resolução do Bloco que propunha o regresso ao
traçado inicial e que foi chumbado com os votos contra do PS e a
abstenção do PSD.
Dois meses antes,durante a campanha das
europeias, já o Bloco de Esquerda tinha visitado a localidade e
manifestado o seu apoio à população. Mal foi eleita para o
parlamento europeu, a deputada Marisa Matias colocou o assunto à
Comissão Europeia, denunciando todas as irregularidades do
processo.
Este Sábado, o Bloco voltou à Branca para prestar
contas aos moradores desta intervenção solidária, em prol de uma
causa que é de todos. "Quando falamos da Branca falamos de todas
as terras do país, a democracia não pode ser minada pelos negócios"
afirmou Louçã.
domingo, 06 setembro 2009 05:34
Bloco presta contas na freguesia da Branca
