O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda recordou o artista, cantor e poeta com emoção, lembrando o papel que a sua música teve na resistência à ditadura salazarista, a inspiração que davam músicas como "Os Vampiros".
"Fomos amigos e juntamo-nos tantas vezes por ideias comuns", disse Louçã, para quem "são as emoções que fazem a vida. O Zeca era uma homem afectuoso, quase tímido, encantador. Só alguém assim tão grande tem tanta poesia, tanto respeito pelos outros."
O respeito que falta a empresários como Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, que no início do ano, diante da crise e da possibilidade de ver diminuídos os seus lucros, decidiu despedir "preventivamente" 212 trabalhadores da corticeira Amorim. "E ainda teve o descaramento, porque esta gente acha que pode tudo, de dizer que caso os despedidos fossem um casal, apenas um deles ia para a rua, pelo menos por enquanto."
Se os empresários só encontram soluções como os despedimentos para enfrentar a crise, o Bloco de Esquerda defende um imposto sobre as grandes fortunas. "Só uma taxa moderada, de 2%, sobre a fortuna de Amorim, permitira dar um aumento de 50 euros aos 250 mil reformados mais pobres", afirmou.
Antes, Marisa Matias denunciara que tanto PS quanto o PSD querem fingir que estamos numa espécie de estaca zero, como se eles nunca tivessem feito parte do governo. "Acontece que nos últimos 18 anos, ou Manuela Ferreira Leite ou José Sócrates, com a pequena excepção do governo de Santana Lopes fizeram parte do governo. Ou um, ou outro, por dezoito anos!"
Marisa Matias recordou os dados do crescimento da pobreza, que vêm do próprio INE, que são anteriores à crise financeira internacional e portanto não podem ser creditados a ela. Para a eurodeputada, "votar útil é votar na mudança, e é para essa mudança que aqui está o Bloco de Esquerda."
A abrir, Rui Curado Silva, cabeça-de-lista à Câmara da Figueira da Foz, apresentou o programa do Bloco para a autarquia.