sexta-feira, 10 fevereiro 2023 14:32

Não, não nos calamos

Declaração dos promotores da Moção Q: Quebrar Correntes, Lutar pelo Socialismo à XIIª Convenção do Bloco de Esquerda

1- A direção do Bloco de Esquerda decidiu que para apresentar uma moção à próxima Convenção seria preciso recolher quase 200 subscrições e redigi-la em três semanas. Nunca as condições para apresentação de uma moção foram tão limitadas. A consequência natural (e desejada) disso é a perda de diversidade política na Convenção, o afunilamento do debate interno, forçando-se uma narrativa bipolarizada que está longe de corresponder à realidade de um partido que outrora queria ser partido-movimento.

2- O aumento desmesurado, de 20 para 200, das subscrições necessárias para apresentar uma moção não se sustenta em nenhum aumento consolidado do número de pessoas inscritas no partido, nem numa intensificação da participação. É totalmente injustificado face à realidade efetiva da militância do partido e para isso basta ver os números reais das votações para delegados nas Convenções anteriores.

3- Ainda que o número de subscrições necessárias fosse outro, partindo do princípio que ninguém escreve uma moção com antecedência, que ela não está pré-fabricada até porque responde também à conjuntura, que os prazos e os processos só se desencadeiam publicamente depois da convocatória e que uma discussão participativa intensa e pela base demora tempo, os prazos decididos são uma entorse decisiva a um processo democrático. Com estas condições, é expectável que apenas grupos pré-organizados e já altamente estruturados possam participar de parte inteira na Convenção. E não faz sentido presumir que os militantes tenham de estar organizados previamente para o fazer.

4- Por outro lado, é preciso insistir que prazos como estes condicionam a forma como uma moção é escrita e nós não abdicamos do nosso património de construção de moções. Revemo-nos na forma como a Plataforma Anticapitalista, as moções R, M e Q foram sendo construídas em sucessivas convenções através de processos participativos intensos. Isto implicou reuniões abertas a todos os bloquistas, abertura a cada processo a novas pessoas que passaram a ter participação integral nessa discussão, escrita conjunta, decisões em vários plenários.

4- Nestas circunstâncias de limitação da participação interna, o conjunto de aderentes que promoveu na última Convenção a moção Q, “Quebrar correntes, Lutar pelo Socialismo” decide:

4.1- Não apresentar nenhuma moção à próxima Convenção do Bloco;

4.2- Não deixar de estar presente neste debate, com todas as condicionantes que isso implica, através da apresentação de uma plataforma que começaremos desde já a construir com quem se nos quiser juntar;

4.3- Continuar a lutar pelo aprofundamento da democracia interna e pela criação de mais espaços de debate, pela proliferação da pluralidade porque os unanimismos sempre corresponderam recuos na tradição socialista e comunista.

Não, não nos calamos. Não ficamos quietos, nem a voz nos dói. Aqui continuamos para Quebrar Correntes e Lutar pelo Socialismo que verdadeiramente responde às urgências do nosso tempo.

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