O ponto de encontro foi Portel, vila sede de concelho que faz fronteira entre os distritos de Beja e Évora. Reunidos os que vieram de Lisboa com os provenientes das diferentes zonas do Alentejo rumou-se à estação elevatória dos Álamos onde a água da barragem do Alqueva, por efeito da energia eléctrica, é transferida para uma outra barragem, a dos Álamos, situada 197 metros acima daquela, sendo daqui distribuída através de canais a céu aberto para as outras albufeiras do Alentejo.
Segundo o Profº Eugénio Sequeira, Presidente da LPN, que acompanhou a visita, este processo de bombagem da água é bastante caro e está a ter alguns problemas uma vez que as condutas estão a entrar em ruptura por efeito da pressão da água.
Depois da visita à central hidroeléctrica e da apresentação do projecto “Alqueva” pela EDIA, realizou-se, pelas 15.00h, em Moura, um debate cujo objectivo era discutir o papel da barragem no desenvolvimento duma agricultura produtiva na região num quadro de sustentabilidade ambiental. Depois duma intervenção inicial de Francisco Louçã em que sublinhou o papel do BE na discussão destas matérias, usaram da palavra o Profº Eugénio Sequeira, o Engº Vítor Louro e Alípio de Freitas.
O Debate foi encerrado pela deputada do BE Alda Macedo. Das intervenções dos comunicantes e do público destacaram-se, no essencial, quatro grandes preocupações: A preocupação pela degradação acelerada da qualidade da água da barragem. A preocupação pela concretização nas margens da Albufeira de projectos turísticos sem qualquer tipo de sustentabilidade ambiental de que é exemplo o projecto “Roquete” no concelho de Reguengos de Monsaraz. A preocupação pela possibilidade de nos perímetros de rega do Alqueva se desenvolver, a curto prazo, o cultivo de sementes constituídas por Organismos Geneticamente Modificados e a preocupação pelo desenvolvimento duma agricultura de regadio que não estando associada a uma reestruturação fundiária assente no parcelamento do latifúndio e não tendo em conta uma agricultura ambientalmente sustentada de nada servirá para o reactivar das aldeias e vilas do Alentejo.
Fotos de André Beja (clique para ampliar)
Fotos de António Guerreiro (clique para ampliar)