Fernando Letra participará amanhã na Assembleia Municipal
extraordinária que vai discutir o relatório da Inspecção Administrativa
e Financeira à edilidade funchalense, e defenderá que o Ministério
Público intervenha nesta matéria "até às últimas consequências"
Esta inspecção abrangeu os anos de 2003 e 2004 e os referidos processos
são apenas uma gota de água no conjunto das irregularidades apuradas,
que podem dar origem a matéria criminal e à perda de mandatro do actual
presidente Miguel Albuquerque, do PSD. Desde senhas de presença pagas a
vereadores por reuniões que nunca existiram, até ao pagamento a
motoristas de pesados do "abono para falhas", que serve para compensar
eventuais erros de funcionários que lidem directamente com pagamentos,
esta inspecção detectou muitos tipos de irregularidades. A descoberta
mais caricata terá sido a de que o município funcionava sem tesoureiro
desde 1998, com as tarefas deste a serm atribuídas a outros
funcionários, sem enquadramento legal.
O vice-presidente Rui Marote é um dos directamente visados, por ter
autorizado de forma ilegal o pagamento de 371 mil euros a empresas do
seu próprio filho, o que o regime de incompatibilidades proíbe. Esta
auditoria foi feita na sequência de denúncias do rival de Miguel
Albuquerque na corrida pela sucessão de Alberto João Jardim, e pela
matéria recolhida até ao momento, promete não ficar por aqui.
segunda-feira, 10 setembro 2007 17:39
Funchal: Bloco quer "auditoria exaustiva" às ilegalidades descobertas na Câmara
