“Se queremos resistir em nome do país a esta pressão de cairmos num buraco da política do FMI, ou seja, de uma recessão prolongadíssima, precisamos que haja uma resposta de um Governo que à esquerda consiga consolidar as contas, as finanças públicas, em nome das prioridades e em nome de respostas”, disse Francisco Louçã à margem de uma visita à Escola Secundária de Linda-a-Velha, em Oeiras.
O dirigente bloquista sublinhou ainda que as propostas do PS passam por reduzir as pensões e aumentar a precariedade e as do PSD por aumentar os impostos, soluções que considera conduzirem-nos ao “abismo”.
“O que eu espero é que PS e PSD, que propõe o abismo como solução, sejam responsabilizados e os portugueses possam sentir que agora é tempo de um Governo à esquerda, de uma resposta política que tome responsabilidade”, frisou.
Francisco Louçã sugeriu ainda um “plano de emergência” que responda aos “ataques” das agências de notação, que passa por um pedido de empréstimo de curto prazo ao Banco Central Europeu que “deve estar totalmente desligado das condições do FMI”.
“O que precisamos é de evitar a especulação agora em Abril, tomar as decisões que a democracia precisa para corrigir o défice orçamental e reequilibrar as contas em nome de uma economia que ajude o país a sair da recessão”, sustentou.
Louçã disse ainda que o Fundo Europeu e o FMI não propõem ajuda, mas sim “consolidar a recessão para destruir a economia portuguesa, retirando aos salários e às pensões o pouco que as pessoas têm para viver, para financiar assim a especulação”.
Francisco Louçã recusou ainda adiantar pormenores sobre a reunião de sexta feira com o PCP, um encontro que aguarda com “muita expectativa” e que “deve ser levado muito a sério”.
Questionado sobre a entrevista de segunda-feira à noite dada à RTP pelo primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, Louçã disse apenas que “foi mais do mesmo”, recusando tecer mais comentários.