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quinta-feira, 24 fevereiro 2011 16:00

O argumento da força ou quando a democracia vem depois da decisão

Artigo de Daniel Oliveira
Escreveu o camarada Luís Fazenda, a propósito das críticas feitas à apresentação de uma moção de censura: “Agora que se iniciou o processo da convenção nacional talvez não fosse desejar muito esperar notícia das moções que se apresentem, da qualidade do argumentário, da representatividade de que dispõem. Quem quer debate geral no partido recolhe 20 assinaturas e vem a jogo.

É óptima a discussão aberta entre opiniões contrárias de bloquistas, mesmo quando tem lugar na tv ou nos jornais. No entanto, quando os instalados "comentadores" falam do Bloco de Esquerda como um todo, e até alegam crises internas (diabo!) convém perceber, é o mínimo, o peso das coisas e das pessoas. Os media não dão cartão de eleitor no Bloco, como se viu bem pelo "caso" Joana Amaral Dias. Felizmente há luar, mesmo quando passam cometas. Quem disse que o Bloco não é um partido diferente?” 

Apenas li críticas públicas à moção de censura de pessoas ligadas às listas minoritárias com presença na Mesa Nacional, de Rui Tavares e de mim próprio. Como os primeiros já se mediram em votos na última convenção e o eurodeputado não é militante do Bloco de Esquerda, fico com a estranha sensação de ser um dos destinatários deste desafio. E sobre esse desafio tenho apenas quatro coisas a dizer:

 1 – Que fico satisfeito por o camarada Luís Fazenda ter finalmente dado a cara pela moção de censura. Sendo membro da Comissão Política e deputado não pude deixar de sentir a sua ausência pública neste importante combate que o partido tem pela frente. Pena que se tenha ficado pelo Esquerda. Mas estou seguro que no próximo mês a direcção do Bloco lhe dará a mesma tarefa que deu aos camaradas Francisco Louçã, Miguel Portas, Ana Drago, João Semedo e José Manuel Pureza. Porque nos momentos difíceis o empenho de todos é fundamental.

 2 – Que esta moção teve uma excelente oportunidade de ir a votos: a reunião da última Mesa Nacional, órgão responsável pela direcção política do partido entre convenções. Não deixa de ser extraordinário que depois do atropelo às regras democráticas do partido, que levaram a Comissão Política a decidir um acto desta importácia táctica e estratégica três dias depois da reunião de uma Mesa, sem que sequer o tema fosse abordado na mesma, se venham fazer desafios à intervenção democrática dos militantes nesta matéria. Digamos que o apelo vem tarde demais e devia começar por ser feito à própria comissão política. Como delegado à última convenção, elegi apenas a Mesa Nacional. Era ela, e não a próxima convenção, que devia ter sido chamada a decidir. Não o foi. Apelos para recolher vinte assinaturas para discutir uma decisão que já foi tomada são pelo menos bizarros. O camarada Luís Fazenda quer medir a força da sua posição depois de uma decisão ser tomada mas não achou necessário medir argumentos antes de tomar a decisão. Por mim, prefiro a clareza da democracia interna a lutas de facções. E se houve quem tomasse posições públicas talvez seja porque a direcção achou que o debate interno era dispensável

 3 – Que não me recordo de, na última convenção do partido, ter aprovado nenhum documento que apontasse para a apresentação de uma moção de censura desta natureza. E por isso não consigo perceber quando terá ido esta opção a votos. A não ser, claro, que esta moção de censura tenha como objectivo uma clarificação interna e que este estranho parágrafo do camarada Luís Fazenda, que substitui a força do argumento pelo argumento da força, apenas queira clarificar essa vontade de separação de águas. Só assim se compreende que o camarada veja a critica a este gesto político como razão bastante para a apresentação de uma moção contra a da lista da direcção. E se é esse o objectivo, devolvo o desafio: que o camarada Luís Fazenda avance com teses próprias, explicitando essa clarificação política interna que aparentemente deseja.

4 – Não fazia ideia que a camarada Joana Amaral Dias (que até apoiou publicamente esta decisão do partido) tinha um “peso” diferente de qualquer outro militante. Se se trata de um “cometa”, será tanto como o camarada Luís Fazenda ou qualquer membro do partido. O Bloco não tem donos nem notáveis e as críticas de qualquer camarada, acertadas ou não, valem exactamente o mesmo. A referência à camarada Joana Amaral Dias, completamente a despropósito do tema, e sabendo-se que nunca a direcção assumiu qualquer tipo de problema com esta militante, é no mínimo deselegante. De resto, como nenhum órgão eleito em convenção foi auscultado nesta matéria, o peso de cada posição sobre o assunto é uma incógnita e o camarada Luís Fazenda limita-se a partir do princípio que a posição que defende é maioritária. É sempre um mau princípio num partido democrático.

 

Seguro que, tendo passado o site oficial do partido a ser usado para desafios internos a militantes do partido, estará assegurado o direito ao contraditório, solicito a publicação desta resposta.

 

Saudações bloquistas

Daniel Oliveira

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