À noite, uma conversa de café levou as Jornadas SEM MEDOS à Covilhã, numa conversa de café ao ar livre, apresentada por João Mineiro e José Soeiro e que contou com a participação de dezenas de pessoas.
Durante a tarde, os modelos da educação sexual, bem como a forma como esta tem sido aplicada foram debatidos pelos estudantes, que encheram o auditório da Biblioteca Municipal. Professores e enfermeiros apresentaram as suas experiências de intervenção e vários alunos salientaram a necessidade de haver mais informação e mais actividades. A criação de uma área curricular e de uma bolsa de profissionais com formação específica foram algumas das propostas apresentadas pelo representante do Bloco para dar maior consistência à educação sexual nas escolas.
À noite, a homofobia enquanto realidade concreta e as discriminações que sofre a população lésbica, gay, bissexual e transgénero enquadraram o debate: o ódio, os insultos, a negação do direito à identidade, o suicídio causado pela homofobia, a desigualdade e a estigmatização na escola ou nos serviços públicos foram alguns dos exemplos apresentados. Também do público vieram relatos de várias histórias passadas ali mesmo, no distrito de Castelo Branco: nas discotecas, nos bares, no hospital ou na escola, muitos dos participantes tinham já assistido ou vivenciado este tipo de realidade.
Também as questões mais vastas da libertação sexual e a história da relação da esquerda com estes temas foram assuntos levantados e discutidos. Por outro lado, o deputado do Bloco apresentou várias das iniciativas que têm sido entregues no Parlamento – sobre a discriminação no sangue, a facilitação de denúncias, a criação do Dia contra a Homofobia, a educação sexual ou o alargamento do direito ao casamento – salientando contudo a necessidade da luta social: “esta não é uma questão de minorias. O combate pelos direitos humanos e pela liberdade de todos exige a mobilização de cada um de nós em todos os espaços da vida”, disse.