Guida Vieira do Bloco Madeira voltou a defender a realização de um referendo sobre o aborto e apelou a todos os portugueses recenseados para que participem no referendo que venha a ser realizado, de forma a que os «resultados sejam claros e não se crie a mesma situação que aconteceu em 1998, onde não votou a maioria dos eleitores».
Guida Vieira e o Bloco de Esquerda estão confiantes na realização de um novo referendo sobre a descriminalização do aborto, pois entendem que esta é a solução para acabar com a «exposição pública da intimidade» de muitas mulheres que se sentam no banco dos réus. E é também a única solução para acabar com «os abortos clandestinos que continuam no nosso país e que têm levado à morte de muitas mulheres».
Defender «a descriminalização é, segundo o BE, uma questão de civilização e de plena integração na modernidade europeia, pois Portugal é dos poucos países onde este problema ainda existe».
Neste momento, o que «está em causa é saber se Portugal continuará a ser o único país da Europa, a par da Irlanda, onde se prevê uma pena de prisão de 3 anos para as mulheres que abortem», ou um país «onde se passe a ter uma lei que prevê condições em que uma mulher possa tomar a decisão de abortar».
Para o BE, que faz questão de frisar que «defender a descriminalização não é a mesma coisa que defender o aborto», a melhor solução para evitá-lo passa por «encarar o problema de uma forma séria e pela criação de estruturas de saúde preparadas e mecanismos paralelos ao nível da educação sexual nas escolas e acompanhamento dos jovens».
Só assim se poderá colocar termo a um problema que continua a ser uma realidade em Portugal, «onde o aborto continua a ser feito sem condições e sem dignidade».