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Foto Paulete MatosO Bloco apresentou hoje algumas propostas para corrigir a desigualdade no acesso à reforma, que prejudica quem trabalhou toda a vida. “O que o Bloco de Esquerda quer é o reconhecimento de que uma vida inteira de trabalho dá, por si só, o direito à reforma”, explicou Francisco Louçã à saída duma reunião com a Com. Trabalhadores da EFACEC em Matosinhos.

 

O projecto de lei do Bloco dirige-se em particular às pessoas que “começaram a trabalhar aos 11/12 anos e que, no sistema de segurança social actual, têm que trabalhar 54 anos para chegarem aos 65 e terem simultaneamente a carreira contributiva completa e a idade mínima da reforma”. Embora seja difícil quantificar a dimensão desta desigualdade, Louçã calcula que sejam "muitas dezenas de milhar".   “Não é uma parte determinante do mundo do trabalho, mas é a mais sofrida”, defendeu o deputado do Bloco.

“Se uma pessoa começou a trabalhar, depois de uma formação, aos vinte e tal anos, reforma-se aos 65 anos, mas se começou a trabalhar mais cedo, porque a família era muito pobre e as circunstâncias assim obrigaram, não é justo que tenha que trabalhar mais de 50 anos quando outros, para a mesma reforma, trabalham 40 anos ou menos”, argumentou, acrescentando que é preciso combater um sistema de segurança social baseado “na ideia de que as pessoas têm que trabalhar até morrer”.

“Quando foi instituída a idade da reforma aos 65 anos, era essa a esperança média de vida em Portugal, mas agora ela aumentou e as pessoas vivem mais anos”, salientou o líder do BE. Por isso, Louçã defende que “depois de uma vida inteira de trabalho, as pessoas têm direito a viver com normalidade, com a família”. “Queremos que se reconheça que 40 anos é tanto tempo de trabalho que deve consagrar desta vantagem”, diz  dirigente bloquista.

O projecto de lei será entregue esta semana no parlamento e foi apresentado aos trabalhadores da EFACEC, "uma empresa, como muitas outras, onde se encontram pessoas que trabalham 50 anos inteiros para poderem ter o direito que outros têm ao fim de muito menos anos de trabalho”, explicou Francisco Louçã.

Em seguida, houve nova reunião com os trabalhadores da fábrica da UNICER, onde foram tratados assuntos relacionados com a “instabilidade nos vínculos laborais” existentes e as ameaças de despedimento de alguns membros da comissão de trabalhadores, “uma situação que o Código de Trabalho tende a generalizar” segundo Louçã, que reafirmou a vontade do Bloco de Esquerda em "aumentar a vaga de fundo no combate ao código laboral, que era muito mau com Bagão Félix e que continua a ser muito mau com Vieira da Silva ao prever possibilidade de despedimento por inadaptação”