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Debate na Faculdade de Ciências Sociais e HumanasO estado do Ensino Superior foi o mote lançado por Francisco Louçã no debate que juntou uma centena de estudantes na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Univ. Nova.  O processo de Bolonha, o Regime Jurídico do Ensino Superior e a mobilização dos professores foram outros temas em discussão.
O novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), aprovado há menos de um ano, além de procurar arrasar com a democracia que ainda havia nas decisões das escolas, “pretende ainda traçar uma divisão entre as “escolas boas” e as “escolas más”,  as escolas que conseguem mais ou menos investimentos privados”, disse o deputado do Bloco. As críticas de Louçã foram também dirigidas ao processo de Bolonha, que prometia o reconhecimento dos cursos e a partilha de conhecimento ao nível do espaço europeu, “mas acabou por se revelar numa forma de desvalorização das licenciaturas e mestrados e, consequentemente, na desvalorização da mão-de-obra (agora menos qualificada) que, cada vez mais, vive a precariedade”.

As desigualdades crescentes na sociedade portuguesa, com o aumento do desemprego e da precariedade entre os jovens e os recém-licenciados, foram alguns dos temas que os presentes quiseram discutir com Francisco Louçã, que referiu a importância das novas formas de protesto dos jovens precários que procuram organizar-se para trazer o tema da precariedade para o debate político.

A mobilização social (ou a sua ausência) tornou-se o ponto central do debate. O movimento estudantil que não foi capaz de responder às transformações da Universidade, assiste agora à mobilização quase total de uma classe laboral, que também vem da Escola. Os professores vieram para a rua questionar escolhas e imposições, e, por isso, questionar esta forma de fazer “democracia”. Para Louçã, “a força deste movimento, que põe em causa os poderes instalados, é a melhor lição que os professores podem dar hoje aos estudantes (e não só)”.

E perceber que mesmo com dificuldades várias, nas Escolas ou no trabalho ou na vida, a persistência, a criatividade, a partilha, já mostraram ser bons instrumentos para a mudança. E qual o melhor espaço para essa mudança se não a Escola?