Uma delegação do Bloco de Esquerda, integrando a deputada Helena Pinto, reuniu esta segunda-feira com o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Dr António Andrade. O Bloco vai requerer na Assembleia da República a confirmação de se vão mater as valências nas urgências dos três hospitais abrangidos pelo Centro. 1.Classificação das urgências de Torres Novas e de Tomar como “Urgências Básicas” (SUB5)

Segundo o Presidente do CHMT, a classificação destas duas urgências como SUB5 assegura que aí se manterão todas as valências existentes. A urgência de Abrantes será valorizada com novos serviços, correspondente à sua nova classificação de Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica.
A decisão de manter as valências em Torres Novas e Tomar é positiva e resulta da luta nesse sentido, movida por utentes, autarquias e diversas forças sociais e políticas, entre as quais o Bloco de Esquerda
No entanto, para o Bloco, é fundamental que o Ministério da Saúde se comprometa explicitamente com uma relação precisa das valências existentes e a manter (como pediatria, ortopedia, cardiologia, etc). Consideramos muito insuficiente uma vaga referência a “valências existentes”, referência sujeita a futuras interpretações diferentes.
O Bloco de Esquerda irá requerer ao Governo, através da Assembleia da República, uma relação descriminada e precisa das valências que se manterão em cada serviço de urgência.

2. Até ao final do ano, irão ser criadas em Abrantes duas novas unidades: uma de cuidados intensivos e outra de cuidados continuados.
O Bloco de Esquerda avalia positivamente esta decisão. Mas discordamos da entrega da gestão de unidade de cuidados continuados a qualquer entidade privada, como está previsto. Estas unidades devem ser geridas pelos serviços do CHMT, no âmbito do serviço público.

3. Transportes dos doentes entre as 3 unidades do CHMT, garantindo que, para cada doente, a porta de entrada no sistema será a porta de saída

A justeza desta exigência já foi assumida pelo Dr António Branco, responsável da Administração Regional de Saúde, numa Assembleia da Comunidade Urbana do Médio Tejo. No entanto, na reunião entre o Bloco de Esquerda e o CHMT, verificámos que continua longe de estar satisfeita e que --- pior ainda --- pouco ou nada se fez nesse sentido.
Para o Bloco de Esquerda, a eventual cooperação de outras entidades na rede de transportes, como bombeiros ou autarquias não autoriza o CHMT a demitir-se da sua responsabilidade de assegurar esse transporte.

4. Articulação do CHMT com a rede de Cuidados de Saúde Primários (CSP)
Sobre esta articulação, que é essencial, pouco foi feito e, pelo que nos foi comunicado, nada está previsto fazer-se.
A próxima instalação dos Agrupamentos Complementares de Centros de Saúde (com sedes em Constância e Torres Novas) não parece traduzir-se como deveria ser, numa melhor articulação entre Cuidados Primários e Cuidados Diferenciados.


O Bloco de Esquerda continuará a acompanhar a prestação dos cuidados de saúde no Médio Tejo e exorta todos e todas a manterem-se em defesa do Serviço Nacional de Saúde geral, universal e gratuito.