
“Desigualdade é não haver oportunidade” e o desrespeito para com os cidadãos, segundo Louçã, manifesta-se no trabalho precário, na flexigurança, no desemprego, nas pensões baixas, no aumento dos preços escolares, nos milhares de jovens licenciados sem trabalho na sua área de formação, entre outras tantas injustiças sociais.
Quando o Ministro das Finanças afirma que o vencimento milionário dos administradores é merecido, o Bloco questiona o porquê do comum dos trabalhadores também não receber o que merece. O BE propôs, ainda, a implementação de um imposto sobre as grandes fortunas.
“Para o Governo, se a inflação é maior que o aumento, paciência para o trabalhador”, acusou Louçã, confirmando assim a luta do BE que “não tem paciência” e declara “guerra ao privilégio e à injustiça”.
“O mínimo que se pode exigir é que o salário não perca poder de compra;
o mínimo que se tem que exigir é que a pensão de reforma - que não é
uma caridade, porque é o direito que o trabalhador tem depois de uma
vida de descontos - acompanhe precisamente aquilo que foi o aumento da
carestia e as dificuldades que as pessoas têm”, disse Francisco Louçã.
Recordando o caso dos cinco administradores do BCP que receberam reformas milionárias (ao todo cerca de 80 milhões) depois de terem gerido o banco da forma que hoje se sabe, o deputado bloquista não poupou na crítica: “Esses cinco homens receberam o equivalente a 10 mil anos de salário médio de um português que trabalha toda a sua vida. Se houvesse verdade, se houvesse decência, se houvesse combate à desigualdade, se houvesse justiça, todos os que ganham reformas e salários milionários estariam a pagar um imposto sobre a grande fortuna, para ajudar a pagar as pensões daqueles que precisam”.
Neste dia, em todo o país, o Bloco distribuiu cem mil exemplares de um jornal produzido para esta Jornada de Protesto.