Imprimir
Acessos: 3461
Foto Tiago A. Pereira/FlickrFrancisco Louçã esteve esta terça-feira na Universidade de Aveiro para uma sessão pública com os alunos e docentes da Universidade, sobre Bolonha, o novo Regime Jurídico e a passagem das Universidades a Fundações. Conversando e respondendo às perguntas dos cerca de 150 presentes no debate – entre alunos e professores – o deputado do Bloco afirmou que está posta em marcha uma política economicista do Ensino Superior. A consequência prática do processo de Bolonha é o encarecimento do Ensino Superior e a elitização da frequência do mesmo, pois os Mestrados de bolonha (antigas licenciaturas) são pagos a peso de ouro, permitindo que só compre “o curso quem tiver dinheiro para pagar o mestrado”; Mestrado esse que deveria ser de frequência normal, baseada nas boas classificações dos alunos e não no seu poder financeiro.

É necessário um “ensino público onde haja muito mais estudantes do que os poucos que conseguem chegar, para depois pagar uma propina elevadíssima ao final de três anos”, acrescentou Francisco Louçã que classificou de “gigantesca fraude” estas consequências resultantes do processo de Bolonha.

Falando na Universidade de Aveiro, que já admitiu a sua passagem a Fundação, Louçã disse que a transformação das Universidades em Fundações resulta da pressão empresarialista e de interesses particulares, que vêm a Universidade não como um pólo de desenvolvimento de conhecimento e de investigação, mas sim como uma forma de enriquecer à custa de algo que deveria ser público e universal: o acesso à Educação.

O Bloco rejeita o modelo e estatuto de Fundação porque a existência de um conselho de curadores nomeado vai fazer com que uns tantos empresários se entendam entre eles, com o objectivo de controlar e explorar economicamente as Universidades. “Eu não quero uma Universidade Américo Amorim em Aveiro”, disse Francisco Louçã.