
A curricularização e regulamentação de uma disciplina de Educação Sexual é uma antiga e recorrente reivindicação dos estudantes do Secundário, que tem sido adiada pelos sucessivos Governos.
Ouvindo os alunos, José Soeiro percebeu que a reivindicação e a necessidade desta disciplina curricularizada continua a persistir. As opiniões foram unânimes: não há Educação Sexual na Escola. Nas aulas não há espaço para a discussão sobre os temas da sexualidade para lá do paradigma biológico-reprodutivo; e os gabinetes de psicologia trabalham essencialmente para a Orientação Vocacional, não dando respostas à necessidade da discussão e esclarecimentos sobre a Sexualidade.
Para José Soeiro, o pressuposto da transversalidade disciplinar da Educação Sexual inscrito na legislação portuguesa “faz com que todos os professores sejam responsáveis pela Educação Sexual, ao mesmo tempo que diz que ninguém é responsável por ela”. Ao não haver curricularização da disciplina ela nunca será abordada na Escola de forma a dar resposta às questões e perturbações dos estudantes.
Na opinião dos estudantes, a Educação Sexual deve ser tornada em disciplina, com frequência semanal, porque só assim se garante que o assunto seja discutido no espaço escolar, por profissionais capacitados para tal, e fugindo às lições meramente biológica sobre o aparelho reprodutivo. Os alunos defenderam também que a disciplina deva ser complementada com a implementação de gabinetes escolares direccionados para a Educação Sexual e Dúvidas sobre Sexualidade.
A forte afluência das Secundárias a estes debates (cerca de 300 alunos em Santa Maria da Feira e mais de 100 em S. João da Madeira) demonstram bem a pertinência e importância desta temática para os estudantes portugueses.