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Soeiro encontrou-se com ONG's dos direitos humanosOs imigrantes deportados em segredo pelo SEF e detidos na prisão de Al-Maarif, em Casablanca já foram todos libertados. O deputado José Soeiro esteve em Marrocos durante três dias e desenvolveu contactos com várias ONG's marroquinas e deputados da oposição, participando num protesto conjunto pela libertação dos imigrantes que deram à costa no Algarve e a quem o Estado português se recusou a dar a autorização de residência prevista na lei a quem ajude as autoridades a desmantelar as redes poderosas de tráfico de imigrantes. José Soeiro encontrou-se também com alguns dos imigrantes já que foram libertados: "Pude verificar as difíceis condições de vida em que eles estão. Verifiquei no terreno as histórias de pobreza, de miséria e de desesperança que fazem com que estas pessoas tentem procurar uma vida melhor, da mesma forma que os portugueses o fizeram durante tantos anos", disse José Soeiro ao Esquerda.net.

O deputado do Bloco reuniu-se com associações de defesa dos direitos humanos e tomou conhecimento da dimensão do problema da pobreza e da imigração ilegal em Marrocos. "O que as leis europeias repressivas produzem é absolutamente ineficaz no combate aos fluxos migratórios, que não diminuem", afirma. "O seu único efeito é promover a clandestinização destes fluxos e alimentar as redes de tráfico que se aproveitam da vulnerabilidade e do desespero dos mais pobres dos mais pobres." Para Soeiro, "esta politica europeia mata por ano dezenas de marroquinos que acabam por morrer em viagem."

Um comunicado e abaixo-assinado a circular em Marrocos contra a decisão de expulsão tomada pelo governo português afirma que "esta decisão procura demonstrar a escolha do governo português de se alinhar com os princípios de restrições à liberdade de circulação dos mais pobres, numa Europa que se fecha agressivamente aos que a procuram em condições humanas dramáticas."

Soeiro recebeu também relatos de violações inaceitáveis de direitos humanos dos imigrantes ainda presos. Violência, fome, extorsão de dinheiro, falta de condições em geral. "O governo português, com a decisão cruel que tomou, é co-responsável pela situação em que se encontram estas pessoas, e por todo o tipo de vingança e violência de que eles possam sofrer", acusa o deputado.