Na sequência do relatório da Inspecção Geral da Administração Interna, o ministro Rui Pereira arquivou o processo, entendendo que "não há indício de qualquer facto ilícito" na visita policial às instalações dum sindicato de professores. O Bloco de Esquerda entende que, com esta decisão, o Governo mais não fez do que tentar abafar e legitimar um procedimento que está longe se ser "habitual", como disse a Governadora Civil de Castelo Branco, mas que está a ser encarado pela actual maioria como um acto "rotineiro".
O que sempre esteve em causa nunca foi actuação dos agentes policiais, mas a motivação política de quem entende que deve conhecer, preventivamente, o conteúdo e as formas de organização das associações ou sindicatos que marcam iniciativas de protesto contra as políticas do Governo.
Menos se entende ainda que o ministro indique que é “conveniente" que a direcção da PSP dê "instruções para regular os procedimentos de colheita de informação policial(...), de modo a prevenir situações sensíveis". O Bloco de Esquerda entende que o Governo tem que esclarecer, convenientemente, este ponto, até porque fica no ar a perturbante sensação de que o Governo está a aproveitar este precedente para o tornar na forma corrente e habitual de proceder no futuro, condicionando de forma inaceitável a liberdade de associação e manifestação.
Pela potencial gravidade deste último ponto, o Bloco de Esquerda pretende confrontar o Governo sobre a forma como o MAI entende que pode “regular” preventivamente as manifestações, na deslocação do ministro da Administração Interna ao Parlamento.