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Luís Filipe Menezes, presidente da Câmara de GaiaNa SIC Notícias, Luís Filipe Menezes, procurando dar uma imagem de grande abertura e eficiência, afirmou existirem militantes do Bloco de Esquerda com responsabilidades políticas na liderança da Câmara de Gaia. A concelhia de Gaia do BE desmente categoricamente tal situação, desafia o Presidente da Câmara a demonstrar a veracidade do que afirma e considera que Gaia é hoje uma terra onde existem "práticas limitadoras da democracia e facilitismo na gestão dos negócios públicos".

Nota de imprensa do Bloco de Gaia (na íntegra)

Desmentido das declarações de Filipe Menezes à SIC Notícias*

Em declarações proferidas após as eleições antecipadas para a Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente em entrevista concedida à SIC Notícias no dia 16 de Julho, Luís Filipe Menezes procurou passar de si próprio uma imagem de grande abertura democrática e de eficiência na governação do município de Vila Nova de Gaia - situações que estão longe de corresponder à verdade.

Em particular, *_Filipe Menezes afirmou existirem militantes do Bloco de Esquerda com responsabilidades políticas na liderança da Câmara de Gaia. A concelhia de V. N. de Gaia do Bloco de Esquerda desmente categoricamente tal situação e desafia o Sr. Presidente da Câmara a demonstrar a veracidade do que afirma_*.

Na verdade, a gestão da Câmara gaiense pauta-se por um profundo desprezo pelas oposições e mesmo pelos órgãos autárquicos legitimamente eleitos, em particular pela Assembleia Municipal, à qual o Sr. Presidente de Câmara nem sequer se digna comparecer. A Câmara Municipal de Gaia utiliza os protocolos de transferência de verbas para procurar instrumentalizar e condicionar a acção política das Juntas de Freguesia. Mais: a Câmara procurou (sem sucesso) amarrar a comunicação social local a um protocolo que lesava a sua autonomia editorial.

A eficiência e transparência de que Menezes se reivindica, também não resistem a um olhar mais crítico. Recordamos, por exemplo, que a Câmara cedeu terrenos ao Futebol Clube do Porto sem qualquer contrapartida e financia a infraestrutura desportiva que neles foi construída e que praticamente só serve o futebol profissional do FCP. A Câmara cedeu também gratuitamente terrenos para a construção de uma capela, assinando o respectivo protocolo no final da missa, sobre o altar e perante os fiéis, em claro desrespeito pela Constituição. Gaia é também o concelho onde alguns concursos públicos têm um vencedor previamente anunciado. O concelho das engenharias financeiras que gastam hoje o que é dos gaienses de amanhã, para proveito de alguns grandes grupos económicos. Das adjudicações feitas antes de haver autorização da Assembleia Municipal. Do despesismo imposto pela proliferação de tantas empresas municipais, algumas das quais já mereceram inclusive o reparo do Tribunal de Contas.

A insensibilidade social é outra pedra de toque da gestão municipal em Gaia. *_Filipe Menezes afirmou que, se fosse líder do PSD, correria a visitar as fábricas encerradas, em apoio aos trabalhadores despedidos. Porque razão, então, não o faz em Gaia, onde o fecho de muitas fábricas tem causado tanto desemprego perante o silêncio da Câmara?_ *Gaia é hoje um concelho onde uma família pode ser arbitrariamente despejada de uma habitação social, por queixas dos vizinhos ou por se "portar mal" de acordo com o abstruso código moral de um qualquer vereador. Onde há famílias a viver em barracas, ou em ilhas muito degradadas, por vezes há bem mais de 10 anos; e outras que vivem em casas que apenas são clandestinas porque a Câmara se recusa a executar um antigo plano que previa a sua legalização. E tudo isto ocorre, também, na zona histórica, onde a Câmara não pensa senão em construir habitação de luxo.

*Na verdade, Vila Nova de Gaia é hoje uma terra onde existem práticas limitadoras da democracia, facilitismo na gestão dos negócios públicos e políticas municipais que, na melhor das hipóteses, são apenas meia solução, e por trás das quais encontramos quase sempre um critério de exclusão, de especulação imobiliária, ou de criação de negócios privados à custa do interesse público.*

Vila Nova de Gaia, 18 de Julho de 2007

Concelhia de Vila Nova de Gaia do Bloco de Esquerda