Imprimir
Acessos: 4602

logomarcha2A coordenadora distrital de Santarém do Bloco de Esquerda divulgou o percurso da marcha no distrito. Na conferência de imprensa foi também salientado que a GM na Azambuja espelha o que se passa no País e que "nesta marcha demonstraremos as falácias de um governo que, prosseguindo as políticas conservadoras, nos diz que precisamos de abdicar do jantar para termos direito ao almoço".

Comunicado de imprensa da Coordenadora Distrital de Santaém do Bloco de Esquerda

Na 1ª quinzena de Setembro, o Bloco de Esquerda estará na rua a dinamizar uma Campanha Nacional pelo Emprego.

É a primeira iniciativa política em Portugal com estas características. De Norte a Sul, a Marcha Pelo Emprego, marcará as agendas políticas nacional e locais.

Por cada dia que passa inscrevem-se mais 159 trabalhadores nos Centros de Emprego. Em 365 dias de Governo do Partido Socialista, mais 58 000 desempregados engrossaram a já longa lista, cifrando-se agora em 600 000 o total de pessoas que procuram emprego.

A GM na Azambuja, aqui bem perto de nós é infelizmente o espelho do que se passa no País.

A proposta do Governo Sócrates de "mobilidade" para a função pública, é o maior processo de despedimento colectivo que qualquer governo até hoje fez.

Toda a argumentação governamental assenta na ausência de alternativa, na inevitabilidade destas políticas económicas, na impotência de fazer face a uma globalização capitalista geradora de desemprego, empobrecimento da população e destruição dos deveres sociais do Estado.

Nesta marcha demonstraremos as falácias de um governo que, prosseguindo as políticas conservadoras, nos diz que precisamos de abdicar do jantar para termos direito ao almoço.

Desmontaremos a ideia da inevitabilidade do desemprego, com o seu cortejo de aceitações das falências e das deslocalizações. O capitalismo gera desemprego porque se baseia na injustiça e na violência da repartição do rendimento. Os escandalosos lucros bancários são o exemplo do parasitismo que domina o poder económico e político. E que o crescimento da economia não significa mais emprego se não houver distribuição de riqueza. Apontaremos os nomes e a história dos que dirigem a vida económica, mostrar como enriquecem e como governam o país.

Esta iniciativa não é uma romagem nem uma manifestação sindical. É uma acção de cidadania proposta pelo Bloco e aberta a todas as pessoas, sindicalistas ou não, membros de ONG, movimentos sociais, simples cidadãos, empregados ou não, estudantes, que queiram dar um contributo de protesto e construção de alternativa e esperança.

Os conteúdos da marcha

O Bloco apresentará um programa detalhado, praticável e mobilizador. Um programa que inspire a acção social, os cadernos reivindicativos, a luta e a vida dos empregados e dos desempregados.

O Bloco apresentará propostas sobre quase toda a amplitude social do emprego, da precariedade ao trabalho por turnos, do trabalho cultural e científico à sustentabilidade da segurança social. O Bloco demonstrará a importância e a necessidade do Estado na criação de emprego, no investimento público, nos serviços de apoio social às pessoas como as portadoras de deficiência, idosos e crianças, no combate às assimetrias regionais e ao despovoamento do interior do país que convocam melhores serviços públicos e não a destruição destes.

As formas

A marcha terá fortes componentes culturais e de animação. O cinema, a fotografia, a música, o teatro, a sátira... serão componentes importantes.

Estas actividades, essencialmente desenvolvidas por grupos de voluntários, procurarão dar a comunhão da alegria e da festa com o espírito de luta e vontade de participação.

O percurso

A marcha percorrerá cerca de 300 km a pé. Terá inicio em Braga, dia 1 de Setembro e chegará a Lisboa dia 17 de Setembro. Em Lisboa encontrar-se-á com a outra marcha vinda de Setúbal e posteriormente com uma outra marcha de imigrantes, confluindo num percurso único que terminará na Estufa Fria.

A marcha chegará ao distrito de Santarém vinda da Marinha Grande e fará os seguintes percursos:

Dia 12:
Partida às 10.30h em Torres Novas, Av. Dr. João Martins Azevedo, junto à sede da Rodoviária do Tejo e PT, seguindo depois para Riachos e Entroncamento; sessão pública às 17.00h no Largo da Estação; comício-festa em Santarém às 21.30h

Dia 13:
Partida às 11.00 da Praça Barão da Batalha em Abrantes, seguindo para Rossio ao Sul do Tejo e depois para Tramagal onde se fará um comício-festa no Largo dos Combatentes às 21.30h.

O BE/Santarém apela à participação na marcha dos homens e das mulheres que continuam a acreditar ser possível fazer diferente, que é preciso denunciar e criar alternativa positiva à esquerda. Aos jovens licenciados que não vislumbram saídas, que o desemprego espreita à saída da Universidade ou, então, a precariedade espera numa qualquer caixa de hipermercado.

É preciso gritar bem alto. O silêncio esconde muito desencanto.

Santarém, 21 de Julho de 2006
A Coordenadora Distrital de Santarém do Bloco de Esquerda