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Louçã defendeu redução dos juros como contrapartida das garantias aos bancosFrancisco Louçã diz que a nacionalização do Banco Português de Negócios "é necessária para acabar com a aldrabice em que se transformou a gestão deste banco, desde que sejam os accionistas a pagar o prejuízo e não seja um cêntimo dos impostos pagos pelos contribuintes". E defendeu que a baixa do juro tem de ser a contrapartida das garantias oferecidas aos bancos.

O deputado lembrou que o Bloco já tinha dito que era errada a injecção de 200 milhões de euros no BPN pela Caixa Geral de Depósitos, "porque o BPN estava falido e pôr dinheiro num banco falido é proteger os accionistas".

"As pessoas não pagam IRS para que seja usado para pagar os desvarios ou os crimes cometidos em offshores por alguns banqueiros irresponsáveis e criminosos", acrescentou Louçã.

"Se o Governo nacionaliza o banco e se isso é necessário, o que nós queremos é garantir que nem um tostão dos impostos serve para pagar os prejuízos. Quem causou os prejuízos é que tem de vir pagá-los, que são os accionistas e os administradores", afirmou o dirigente do Bloco em conferência de imprensa, horas depois do anúncio do governo que nacionalizou o BPN.

Para o Bloco, desde o início da crise financeira "sucedem-se as medidas confusas, sem uma estratégia de resposta do governo". Por isso exige contrapartidas dos apoios dados aos bancos e que "a melhor medida para proteger a economia era obrigar a baixar os juros".

"O que o governo nunca tem feito quando garante dinheiro aos bancos, lhes facilita a vida e lhes garante juros mais baixos, é garantir uma contrapartida que é uma devolução às pessoas", disse Louçã.

"É preciso que os bancos pratiquem juros mais baixos porque no final de Novembro o juro vai ser mais elevado do que no final de Outubro, que já foi mais elevado do que no final de Setembro. Os juros estão a baixar nos mercados internacionais pouquinho, mas continuam a aumentar para as pessoas", acrescentou.

Questionado pelos jornalistas sobre a proposta do governo de pagar a dívida às empresas, Louçã disse que o Estado não deve cobrar o IVA a uma empresa a quem deve dinheiro, mas "há uma dívida de que o governo não fala: a dívida aos trabalhadores, que resulta de aumentos salariais propostos para a função pública, que arrasta os do resto da economia, de 2,1%, quando se sabe que a inflação será pelo menos de 2,9%". "Esta dívida tem que ser paga, com aumentos maiores de salários e pensões", concluíu o deputado do Bloco. 

 


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