
Dando o exemplo da Mata de Sesimbra, da Tróia e da Herdade da Comporta, Rosas demonstrou como os Projectos de Interesse Nacional, os PIN, têm sido utilizados pelo Governo Sócrates para viciar todos os instrumentos de planeamento territorial e de protecção dos direitos das populações ao acesso às praias. A conivência de câmaras do PS, PSD e da CDU foi lembrada, porque sem o apoio das autarquias este processo de expropriação dos direitos públicos não teria sido possível.
Carlos Carvalho, do movimento dos pescadores lúdicos, explicou como se têm organizado as comissões populares que defendem o direito à pesca não profissional, que em muitos casos representa um complemento importante para pensões muito baixas, e lembrou as recentes mobilizações de milhares de alentejanos pelos seus direitos, agora recusados pela perseguição do governo. Alberto Matos, dirigente do Bloco no distrito de Beja, tinha chamado a atenção para esses movimentos sociais que têm obrigado à discussão das decisões arbitrárias do governo e que as querem derrotar, perante as centenas de pessoas presentes e que enchiam a Barbacã de Vila Nova de Milfontes.
Francisco Louçã apresentou a Marcha contra a Precariedade e fez um inventário das ameaças governamentais e patronais contra o trabalho, ilustradas pelo anúncio pelo primeiro ministro da criação de um call center da PT com 1200 trabalhadores precários em Santo Tirso, a que Sócrates chamou de exemplo de “trabalho qualificado”. Louçã lembrou ainda as recentes declarações de Valentim Loureiro, que afirmou que poderia vir a apoiar José Sócrates, porque afinal o primeiro ministro seria como ele, distribuindo electrodomésticos e promessas.