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Comício de Verão em Porto Côvo. Foto de Paulete MatosNo comício de Verão realizado na noite desta terça-feira em Porto Côvo, Francisco Louçã comprometeu-se a apontar o dedo aos privilegiados mesmo que isso incomode José Sócrates o primeiro-ministro, José Sócrates e alguns banqueiros. Jorge Santana, do núcleo do litoral alentejano do BE, aproveitou a ocasião para criticar a Administração do Porto de Sines por falta de condições de segurança e passividade em relação aos derramamentos de crude.  

Em mais um comício de Verão que juntou algumas centenas de pessoas na aldeia de Porto Côvo (concelho de Sines), Francisco Louça comprometeu-se a "apontar a dedo os privilegiados", incomodando o primeiro-ministro, José Sócrates, e alguns banqueiros, para que todos saibam "como é governado o país".

O coordenador da Comissão Política do BE denunciou a disparidade social e económica que cresce no país, referindo-se aos ganhos das gasolineiras, em especial a Galp, que acusa de arrecadar mil milhões de euros por ano com base na "especulação", e às suspeitas de falsificação de contas no BCP. "É como se houvesse dois países diferentes. Há um país da gente que trabalha, que está desempregada, que tem trabalho precário, que não sabe se o posto de saúde está aberto quando tem uma urgência, das pessoas que têm dificuldades", apontou. O outro país é "o das empresas que podem ter mil milhões de euros num preço especulativo, dos administradores, que podem receber 400 e tantos milhões de euros só para a sua fortuna privada, ao mesmo tempo que estão a cometer um crime".

Louçã sublinhou ainda que os aumentos de preços sofridos nos juros, bens de primeira necessidade e combustíveis, têm um impacto de "mais de 60 euros por mês de redução do poder de compra, para um salário médio de 500 a 700 euros".

Jorge Santana, do núcleo do litoral alentejano do BE, criticou a Administração do Porto de Sines, a propósito do derrame de crude ocorrido a 14 de Julho no terminal petrolífero. "Não basta a autoridade portuária vir falar em acidente de média gravidade ou proceder a mais um inquérito. O que está efectivamente aqui em causa é a falta de segurança para prevenir e minimizar este tipo de acidentes", censurou. O representante local do Bloco, que subscreve as exigências da Quercus no que respeita a esta matéria, exigindo mais esclarecimentos sobre o sucedido, deixou no ar uma interrogação. "Se foi apenas um pequeno derrame, de cerca de dois mil litros, como é que está a alastrar-se para as praias do concelho de Odemira?!"