Os deputados Francisco Louçã e Helena Pinto deslocaram-se este domingo a Paço dos Negros (concelho de Almeirim) para contestar a contrução do novo Estabelecimento Prisional de Lisboa e Vale do Tejo em plena zona protegida. Está prevista a destruição de 12 mil sobreiros que ainda por cima foram replantados há cinco anos com fundos comunitários e do Estado. Este crime ecológico já tinha levado a deputada Helena Pinto a dirigir um requerimento ao governo.
A visita foi acompanhada por Membros do Grupo de Defesa do Património Histórico-Cultural, Económico-social e Ambiental da Ribeira de Muge (vê o comunicado deste movimento), pelo Engº Carlos Arraiolos, que participou no projecto de plantação dos sobreiros, e o vereador da Câmara Municipal de Almeirim Dr. Francisco Maurício (PS) que contesta o Presidente da Câmara (PS) por ter escondido de todos (mesmo dos vereadores do seu partido) a decisão do governo de implantar o estabelecimento prisional no concelho.
Francisco Louçã contestou o abate dos sobreiros. "O que é espantoso neste caso da construção da nova prisão é que nós temos um governo que é chefiado por um ex-ministro do Ambiente e há leis que se aplicam em Portugal, excepto para as decisões do Governo", referiu Louçã, acrescentando que "não se pode tomar decisões a pontapé, que é como o governo tem feito".
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda lembrou também que "há cinco anos atrás, o Estado e a União Europeia pagaram a replantação de sobreiros nesta grande área de Almeirim, cinco anos depois, o governo decide destruir aquilo que criou e, contra a vontade das populações e contra a sua própria legislação, abater algumas centenas ou alguns milhares de sobreiros".
Louçã questionou ainda o destino dos terrenos do EPL."É preciso saber o que vai acontecer a uma zona, no cimo do Parque Eduardo VII", aludindo ao Estabelecimento do Prisional de Lisboa, que "pode ser o pasto de grandes projectos de construção imobiliária".