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Louçã falou sobre prémios de luxo a administradores com resultados medíocresO dirigente do Bloco de Esquerda referiu-se sobre as notícias publicadas esta semana sobre as remunerações dos administradores em tempo de crise, dando o exemplo dos grupos Águas de Portugal, TAP e BCP. "O que tem predominado é a ganância e a crise num país que tem tanto desemprego e tanto atraso", afirma Francisco Louçã.
"Não surpreende nada que o Compromisso Portugal, ou seja, a nata dos patrões em Portugal esteja muito contente com o Governo, embora queira mais despedimentos sobretudo na função Pública, mas a grande pergunta que temos que fazer é se os empresários que hoje dirigem o país o estão a orientar no sentido correcto", disse Louçã à margem do encontro "Esquerda e Cultura: o futuro já não é o que era", promovido pelo GUE/NGL.

Os exemplos desta ganância patronal encontram-se nos grandes grupos da nossa economia: "O BCP está numa crise profundíssima, mas apesar de tudo houve 80 milhões de euros para os administradores mesmo que eles sejam suspeitos de terem falsificado as contas durante sete anos seguidos; nas Águas de Portugal, não há promoção dos trabalhadores nas empresas públicas, no entanto há dois milhões de euros para dar prémios àqueles que não mereceram porque o desempenho foi medíocre." Ou na TAP, onde "apesar da crise, o administrador da empresa Fernando Pinto quadruplica, multiplica por quatro o seu próprio salário em cinco anos", tendo passado de 190 mil euros para 1,2 milhões de euros auferidos pelo próprio em 2007.

"Esta ganância tem sido uma forma de governar o país e quando ouço o Compromisso Portugal defender que haja mais desemprego, mais austeridade, mais crise, percebemos bem que há dois pesos e duas medidas e isso é profundamente contrário à responsabilidade democrática em Portugal", afirmou Louçã.

O deputado do Bloco criticou ainda o facto de a democracia não tocar nos negócios, esperando-se "que toda a gente feche os olhos". "Não temos a exigência de qualidade e de justiça que deve ser o fundamento de uma nova política em Portugal", concluiu.