
A situação social do país foi agravada pela subida do preço dos combustíveis e dos alimentos e Francisco Louçã calcula que "ao longo de 2008, o corte nos salários atingiu os 60 euros por mês - um décimo do salário médio -, com consequências dramáticas para as camadas mais pobres da população". O coordenador da Comisão Política do Bloco diz que na base destas
subidas estão fenómenos "especulativos", pelo que exige do governo "o
controlo dos preços e uma subida dos salários".
"Não descansaremos de lutar por uma alternativa, que represente um
compromisso com a esquerda e com as políticas sociais de esquerda",
afirmou Louçã aos jornalistas, adiantando ainda que os comícios de
Verão do Bloco serão também "um espaço de debate" com outras correntes
da esquerda para definir uma alternativa ao Governo.
Francisco Louçã afirmou que a taxa Robin dos Bosques sobre os
lucros das petrolíferas - cuja implementação o primeiro-ministro prometeu agora estudar - é bem-vinda, mas terá de ser acompanhada por
medidas de regulação dos preços dos combustíveis. E anunciou as
iniciativas bloquistas para a "resistência tenaz ao governo" nos
próximos meses.
Questionado pelos jornalistas sobre a eventualidade dum Bloco Central em 2009, Louçã considerou essa hipótese como "uma insinuação que começou no PSD, partido que continua com uma disputa interna, e da qual Marcelo Rebelo de Sousa se tornou porta-voz". "O Bloco Central é um erro, porque os eleitores querem alternativas e não a mesma obsessão com o défice comum a José Sócrates e a Manuela Ferreira Leite. A alternativa tem que ser um compromisso com a luta pelas desigualdades, e o PS e o PSD somados acentuam as desigualdades", sustentou o dirigente do Bloco.